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Advogado toma posse na Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura

 
O advogado Mauricio de Figueiredo Corrêa da Veiga, sócio do Corrêa da Veiga Advogados, tomou posse dia 20 de junho (sábado) como membro na Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura (Abrasci). A cerimônia foi realizada no Kubitschek Plaza Hotel, em Brasília.

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Ele passa a ser membro do Colegiado Acadêmico de Ciência Jurídica da entidade, ocupando a cadeira de nº 23, que tem como patrono Ernesto dos Santos Silva.

Ernesto dos Santos Silva nasceu no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Começou a vida como empregado no comércio, mas, nutrindo aspirações de ordem mais elevada, no campo da inteligência, aplicou-se aos estudos e veio a formar-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco em São Paulo, reconhecida pelos grandes vultos nacionais que por lá passaram. Foi um exemplar pai de família e estimado por todos, em razão de sua modéstia, caridade, simplicidade e maneiras afáveis com que a todos acolhia. Em razão de sua notoriedade, ocupou cargos de prestígio, valendo destacar o de consultor jurídico da Prefeitura do Distrito Federal (atual Estado do Rio de Janeiro). Em 1905 e 1906, foi apresentado ao público, notável trabalho, em dois volumes, com 1.700, páginas. Tratava-se da “Consolidação das Leis e Posturas Municipais”, escrito por ordem do Dr. Francisco Pereira Passos, então prefeito do Distrito Federal (à época, o Rio de Janeiro). De acordo com o parecer dado à época pelo Dr. Joaquim Xavier da Silveira Júnior, grande jornalista e político brasileiro, a obra em questão constitui “repositório precioso e sistemático de toda a legislação e de todos os atos públicos que, desde o período colonial, representam a estrutura orgânica, a atividade funcional e o pujante e benemérito prestígio cívico da Municipalidade do Rio de Janeiro, e bem assim de todos os serviços e institutos de direito comunal.” Foi exatamente naquele período que a então capital do Brasil passa por uma profunda transformação em razão das demolições e construções promovidas na gestão de Pereira Passos, ocasião na qual foram proibidas determinadas práticas que eram comuns à alguns habitantes do Rio de Janeiro, como por exemplo: pedir esmolas sem licença, exposição de artigos e objetos em janelas ou umbriais; arremesso de sólidos ou líquidos que pudessem prejudicar os transeuntes; depósito de objetos em via pública; o atar de cavalos ou quaisquer outros animais nas ruas, dentre outras práticas curiosas que passaram a ser combatidas após a vigência do referido código de posturas. Inúmeros foram os serviços por ele prestados à Doutrina Espírita, quase todos, porém, ocultos nas dobras de sua humildade. Foi contemporâneo e amigo de Bezerra de Meneses, Antonio Saião, Dias da Cruz, Lima e Cirne e de outros espíritas daquela época, constantemente tomava parte na elaboração de planos ou na resolução de problemas que exigissem conhecimento e madureza de raciocínio.

Participou da comissão que redigiu um memorial em defesa do dos direitos do espiritismo, contra o Código Penal vigente na época. O referido documento foi entregue nas mãos do Presidente da República, Marechal Deodoro da Fonseca em 22 de dezembro de 1890.

É importante destacar que a partir de 1890, ser espírita no Brasil era crime punido com multa e detenção de 1 a 6 meses. Nem a declaração do país como Estado laico, em 1891, ajudou. Antes da República, os espíritas eram alvos costumeiros de ataques da imprensa, reclamações de médicos e oposição da Igreja Católica. Depois, com a primeira Constituição republicana, tudo ficou ainda pior.

Foi um dos diretores do Centro da União Espírita de Propaganda no Brasil, agremiação que congregava presidentes e representantes de várias associações, com o objetivo de trabalhar por uma espécie de unificação doutrinária do Espiritismo no Brasil.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 05 de maio de 1910.       

Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura – ABRASCI é uma entidade cultural instituída com o fim precípuo de cultuar e divulgar os valores morais e intelectuais de nossa sociedade, bem como de manter vivo o sentimento cívico da nacionalidade brasileira. Está em atividade desde 1910, de quando datam seus primeiros registros ainda como “Academia Brasileira de História”. Dentre os acadêmicos, destacam-se Affonso Arinos de Mello Franco, Ramalho Ortigão, Vieira Souto, Afrânio de Mello Franco, Luiz da Câmara Cascudo, Augusto Cury, entre muitos outros.
Mauricio de Figueiredo Corrêa da Veiga é advogado, pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes–RJ; pós-graduado em Direito Empresarial do Trabalho da FGV-RJ; Presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/DF; auditor do Tribunal Pleno do STJD da CBTE; procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBTarco; membro da Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD) e sócio do Corrêa da Veiga Advogados.